EXPEDIÇÃO CHILE – Diário de Bordo 3
(30 de
dezembro de 2017 - de Mendoza a Santiago)
Neste terceiro
diário vamos falar da viagem de Mendoza (Argentina) a Santiago (Chile).
Observação
preliminar: como ocorre na Argentina, também no Chile não há horário de verão
(pelo menos nessa região ao sul).
Como já
havia ocorrido no outro hotel na Argentina, café da manhã apenas a partir das 7
horas. Levantamos, tomamos café, colocamos as bagagens no carro e pegamos a
estrada em direção à fronteira com o Chile... na saída da cidade procuramos um
posto que tivesse também uma loja de conveniências e paramos: encher o tanque,
limpar os vidros e comprar água e lanche. Esse trecho da viagem é, com certeza,
um dos mais lindos: há, na saída de Mendoza, a vista das montanhas e depois o
Lago San Rafael... o trajeto todo, subindo e descendo os Andes, é
deslumbrante... algo que com certeza ficará em nossas memórias para sempre... e
depois da Aduana há os Caracoles... é muito lindo... foi o momento da viagem em
que mais sentimos saudades da Enterprise (nossa HD Ultra)... de motocicleta
essas curvas devem ser ainda mais emocionantes e a paisagem mais deslumbrante.
A nossa
viagem, nesse trecho que tem um pouco mais de 300 km, demorou em torno de 10
horas. Motivo: além de ser um trecho de montanha, com suas curvas e velocidade
mais reduzida, tivemos uma parada de mais de 4 horas na Aduana... ainda bem que
tínhamos comprado água e alguns alimentos... o problema maior foi banheiro...
como vários outras pessoas que dividiam conosco a espera, em um momento em que
a fila de carros estava totalmente parada caminhamos até um local um pouco
afastado da estrada, e atrás de uma rocha fizemos “xixi”... quem não estiver
disposto a realizar esse procedimento (repetindo: foram mais de 10 horas no
carro, sendo um período superior a 4 horas apenas na fila da Aduana) deve levar
“equipamento” apropriado para poder fazer e armazenar o “xixi” no carro (para
quem estiver de motocicleta não existe opção). O tempo na Aduana é uma certa
loteria; a atendente que conferiu nossa documentação nos disse que há dias em
que o tempo pode passar de 10 horas... em compensação um casal de amigos que
passou a Aduana um dia depois de nós não pegou fila e passou quase direto. De
qualquer forma é necessário se precaver e levar água e alimentos... vale a
mesma observação realizada no Diário de Bordo 2: alguns alimentos não passam na
inspeção sanitária que é realizada (alimentos de origem animal e vegetal in
natura ou que não estejam embalados e lacrados em sua forma original). Também é necessário estar ciente de que a temperatura cai muito nos Andes e é necessário levar agasalhos apropriados.
As Aduanas
Chilena e Argentina são unificadas: então em um mesmo local se obtém o carimbo
de saída da Argentina e de entrada no Chile. Mesmo integradas, serão três momentos
consecutivos: conferência de documentos e carimbo de passaportes, vistoria
sanitária chilena e vistoria de saída argentina. Como o Chile não integra o
Mercosul há um conjunto de formulários as serem preenchidos (um para cada
passageiro e um outro para o veículo), além de que é necessário o porte do
Soapex (seguro contra terceiros que é obrigatório para transitar no país). O
ideal é emitir o Soapex antecipadamente, pela internet... é bem simples. Vimos
que há possibilidade de emitir no local, mas considerando as filas da Aduana
recomendo trazer junto. Também verificamos que na saída da Aduana há local para
câmbio; se você não tiver Pesos Chilenos, providencie... há 3 pedágios até
chegar em Santiago.
DESTAQUES
IMPORTANTES, para reforçar: levar agasalho para o frio que faz no trajeto (dependendo da época do ano pode ser abaixo de zero graus; pegamos 13 graus nesse dia) água e algum alimento, ter paciência quando
chegar na fila da Aduana, portar o Soapex, não portar produtos de origem
vegetal e anima in natura ou desembalados, levar Pesos Argentinos (para
pedágios argentinos, antes da Aduana) e Pesos Chilenos (para os pedágios
chilenos, pós Aduana)... no mais curtir as deslumbrantes paisagens existentes
nesse trecho da viagem... não há palavras para descreve-las... e o tamanho dos Andes nos faz perceber o quão
pequenos nós somos... é uma sensação única.
Chegamos
em Santiago em torno de 17 horas e tivemos uma certa dificuldade para encontrar
o Apart Hotel dos Providencia (o GPS nos mandava para o local correto, mas não
encontrávamos o número do prédio indicado... acabamos perguntando no Hotel
Neruda e nos informaram que era ao lado, entrando pelo corredor) foi um pequeno
transtorno, mas resolvido adequadamente. O Apart onde estamos ocupa um andar de
um prédio que nos seus primeiros 5 andares é o Hotel Neruda e nos demais é
residencial... dois andares da parte residencial funcionam como um Apart Hotel.
O apartamento é bom, com cozinha, quarto, banheiro e uma pequena sala
(conjugados, semelhante a uma quitinete)... e tem uma sacada em L, que na
lateral permite ver os Andes... estamos no 13º andar. Na recepção do prédio
recebemos um envelope com a chave do apartamento e a orientação sobre onde
colocar o carro; a vaga que nos foi destinada fica ao lado do elevador, o que
ajudou muito com a bagagem. Ao abrirmos o apartamento encontramos tudo
organizado, inclusive com a mesa posta para o café da manhã do dia seguinte
(pães, frutas, xícaras, pratos, talheres, etc.); na geladeira estavam outros
itens para o café: leite (inclusive sem lactose), iogurtes, sucos, manteiga e geleias.
O único ponto que deixou um pouco a desejar foi o fato de não ter
ar-condicionado, mas sim um climatizador (daqueles grandes que se coloca água e
tem opção quente e frio)... fomos conferir no Booking e realmente não constava
ar-condicionado... ou seja, se erro houve foi nosso. Em compensação a localização
é excelente: fica no início do Bairro Providencia, com casas de câmbio, centros
comerciais, bares e restaurantes nas quadras vizinhas... e a apenas 800 metros
do principal Shopping Center de Santiago, o Costanera. Em relação aos bairros boêmios
e com as principais opções noturnas, a média de distância é de 3 km... como há
Uber na cidade, fica fácil ir aos prontos principais em pouquíssimo tempo.
Também fica a 400 metros da estação do metrô Los Leones. Ou seja, acertamos na
localização (é claro que tínhamos pesquisado... a escolha se deve em grande
parte à localização e à relação custo benefício)... em todas as escolhas de
hotel tivemos alguns cuidados: garagem para o carro, localização, café da manhã
incluído, internet, boa relação custo-benefício e boa avaliação dos hóspedes
(sim, lemos com cuidado as avaliações feitas pelos usuários no Booking... e
normalmente elas ajudam muito nas escolhas). Como
amanhã é o último dia no ano... e domingo... achamos melhor ver logo verificar
se havia onde realizar o câmbio (trouxemos reais e dólares... e apenas poucos
pesos chilenos). Na portaria do prédio indicaram uma casa de câmbio que fica a
uns 200 metros. Lá conseguimos realizar a troca sem problema... mas,
diferentemente do ocorreu na Argentina, não houve muita vantagem em realizar a
troca no Chile; a relação foi praticamente a mesma: $ 1.000,00 valem R$ 6,00. Mesmo com o cansaço do dia
decidimos ir jantar em um bom restaurante; optamos pelo “Como Água para
Chocolate”, indicação de uma amiga santacruzense. Excelente... não é barato
(também não pode ser considerado caro)... e a comida é maravilhosa, o atendimento
é bom, o ambiente é agradável e há música ao vivo (com direito às várias
músicas brasileiras... MPB e Bossa Nova... incluindo Brasileirinho e algumas
antigas do Roberto Carlos). Recomento a quem for a Santiago que não deixe de experimentar.
Depois do jantar, hotel e cama... sem hora para acordar no último dia do ano.
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